Arcade Fire e o Haiti


O grupo, que há muito preza pelo país caribenho
recém-atingido por um terremoto, escreve em seu site sobre a tragédia no Haiti:

Friends,
Haiti needs your help in her darkest hour.
We just got off the phone with our friends at Partners in Health.
Most of the medical infrastructure in Port-au-Prince is down.
Since Partners in Health’s clinics are in situated the surrounding areas and haven’t been damaged, they are mobilizing their resources towards the capital, setting-up field hospitals to treat the injured on the ground.
Also, Paul Farmer (the founder of PIH) is at the UN and has access to the best information on where to direct the money… so for the moment if you want to help, we suggest sending funds to: www.pih.org
+ donate.pih.org/page/contribute/haiti_earthquake?source=earthquake&subsource=homepage
Please be generous as time is of the essence.
love,
Win and Regine
p.s.
these photos convey some of what is going on:
+ www.boston.com/bigpicture/2010/01/earthquake_in_haiti.html

Lost Generation

Segundo a Wikipedia, um palíndromo é uma palavra, frase ou qualquer outra sequência que tenha a propriedade de poder ser lida tanto da direita para a esquerda como da esquerda para a direita.

Quando bem estruturado, o efeito pode ser considerado devastador, daqueles de deixar todo mundo de boca aberta. Caso deste vídeo, recentemente premiado no U at 50 Challenge, um concurso promovido pela AARP (Associação Americana de Pessoas Aposentadas), cujo propósito é estimular jovens de até 20 anos a criar projetos multimídia sobre como se veem com 50 anos.

Them Crooked Vultures

Ouvindo o álbum de estréia do Them Crooked Vultures, supergrupo que reúne Dave Grohl na bateria, o clássico baixista do Led Zeppelin John Paul Jones e o líder do Queens Of The Stone Age Josh Homme nos vocais e guitarra, ouço muito mais a presença do vocalista do que dos outros. Mas isso está longe de ser uma coisa ruim. Josh Homme consegue roubar a cena de qualquer projeto que participe, com sua guitarra sincopada, sua voz meio desencanada e melodias que dão abertura para ótimas linhas de bateria e baixo. E com os integrantes que o TCV tem, não tem como não sair coisa boa!

O grupo soa como um QOTSA mais comportado, melodioso, mas não menos pesado e criativo. Em alguns momentos, é possível ouvir a influência de John Paul Jones (que toca, além do baixo, teclados, slide guitar e keytar), com aquelas viagens típicas de sua ex-banda. Dave Grohl, como um ótimo músico, consegue seguir todas as idéias e mantém uma originalidade em sua técnica de bateria que faz referencias e inovações ao mesmo tempo.

Ebene Quartet tocando Misirlou

Quando fui buscar mais informações sobre a música Misirlou, famosa por ter sido utilizada por Quentin Tarantino em Pulp Ficton, descobri algumas coisas bacanas. A música, escolhida como tema pelo comitê organizador das Olimpíadas de Atenas em 2004 por ser a música grega mais influente de todos os tempos, foi gravada por várias bandas de rock e é também tema do Guitar Hero III. Vale a pena conferir esta versão tocada pelo Ebene Quartet (Quatuor Ebène):

The Pale Blue Dot

Uma emocionante mensagem de Carl Sagan para começar o ano com a noção de que não passamos de habitantes de um pixel azul no universo. De arrepiar.

Jerry N. Uelsmann - Fotografia Surrealista

É difícil identificar a dimensão da arte fotográfica de Jerry Uelsmann, porém, por qualquer lado que olhemos, independente de nossas ideias preconcebidas sobre fotografia, está claro que esse fotógrafo norte-americano, nascido em Detroit, é um gênio. Até seus mais duros e históricos críticos já perceberam e aceitam que Uelsmann é uma lenda, e fez escola na fotografia. O surrealismo de suas fotos se distingue há décadas pela complexidade e inventividade poética. Os efeitos extraordinários que o autor tira de suas composições, tidas no início como mera colagem, são hoje copiados, estudados, clonados e admirados no mundo inteiro.

Hilton Kramer, um dos mais célebres críticos vivos de arte, autor de vários livros (“Abstraction And Empathy”, “Abstract Expressionism”, “Triumph Of Modernism”, etc.), escreveu sobre Uelsmann em 1975: “ele possui total domínio técnico… perfeita confiança… com inspiradas energias da imaginação”. Lembrando que na década de 70 a fotografia digital era coisa de cientista, ou acadêmico, ou louco, e tudo se produzia nos laboratórios escuros e solitários do fotógrafo, sem ajuda de softwares, ou programação ou de qualquer outra “entidade” tecno-digital.

Uelsmann iniciou os estudos em fotografia no Rochester Institute of Technology, passando pela Universidade de Indiana, em 1958, onde tirou seu mestrado em Belas Artes, ocasião em que foi aluno de outra lenda da fotografia, Henry Holmes Smith (1909-1986). Suas primeiras fotos foram publicadas na revista Popular Photography’s, em 1957. Em 67 recebeu uma bolsa da Fundação Guggenheim para explorar as possibilidades da combinação de negativos. Daí para frente sua arte explodiu, e logo foi reconhecido como um dos mais importantes fotógrafos do modernismo. Seu trabalho está presente em galerias como a George Eastman House, no National Museum Modern Art (Kyoto, Japão), na Australia National Gallery, etc.

Autor de vários livros e monografias, como “Uelsmann Yosemite” (1996), “Other Realities” (2005), dentre outros, em 2010 a expectativa fica por conta do lançamento da obra “The Mind’s Eye by Jerry Uelsmann”, uma edição limitada dos seus 50 anos de fotografia, incluindo 150 imagens de várias coleções espalhadas em museus e coleções particulares. O fotógrafo lecionou durante muitos anos na Universidade da Flórida e só se aposentou recentemente.

O trabalho de Uelsmann tem como núcleo a ideia
de que uma imagem fotográfica não precisa estar
necessariamente amarrada a um único “negativo”, podendo ser ela resultado da composição de vários deles (Uelsmann chegou a usar mais de uma dezena na mesma imagem). Com isso a fotografia se desgarra da realidade e segue rumo ao imaginário do artista, buscando, no caso de Uelsmann, o fantástico, o inesperado, o surreal, o misterioso, o lírico, a ambivalência, a onipresença. Hoje, com os recursos digitais, muitos fazem o que esse gênio fazia há décadas, quando passava horas, dias, dentro de uma câmara escura.

Serão postadas, aqui no blog, algumas fotos do J. Uelsmann. Esta é a 1º parte (Early):














Hallelujah - Jeff Buckley / Leonard Cohen

Leonard Cohen escreveu e compôs "Hallelujah", editado em "Various Positions", de 1985, mas a interpretação de Jeff Buckley, no "Grace", de 1994, aperfeiçoou extraordinariamente o tema. Diz-se que Cohen, depois de ouvir Buckley, terá dito que não mais teria coragem para cantar a sua própria canção – não sei se isto é verdade, tem ar de lenda urbana, mas a canção de Jeff Buckley impõe-se a qualquer outra, até, um bocadinho, ao original de Cohen.

"Hallelujah" não é uma canção de Natal ou uma canção de amor convencional: é um poema de amor total que usa um imaginário antigo, rico, e o reconcilia com a sensibilidade actual, a do homem que se questiona e questiona, que não sabe, que cai e se levanta, se desanima, anima e continua.

Poema de amor, desilusão e fé, "Hallelujah" abre, de uma forma muito bonita, a ideia de hallelujah. Sobretudo em Buckley, que teve de dar muito de si para chegar a esta guitarra assombrosa, a este ritmo, à voz a deslizar pela música como um corpo vivo, à intimidade delicada e insuportável, à textura exacta que cada verso encontrou para sair inteiro de cada nervo seu e soar inteiro em cada nervo nosso, a esta demora magnífica, à sílaba que prolonga no fim da canção, imediatamente antes de nos deixar sozinhos na noite escura.

Jeff Buckley:


Leonard Cohen: